sexta-feira, 24 de junho de 2011

A FESTA DA LANTERNA

A Festa da Lanterna é uma festa de origem européia. Lá, é comemorada no dia 11 de Novembro, dia de São Martinho. Foi introduzida no Brasil pela primeira Escola Waldorf de São Paulo, para o Jardim da Infância, na época de São João.
No Hemisfério Sul, em Junho, estamos entrando no inverno. Portanto, podemos dizer que essa é uma festa que prepara para a chegada do inverno, época que percebemos uma grande inspiração da terra, uma aquietação da natureza. O clima frio, a noite que vem mais cedo, favorecem uma atitude de recolhimento, de interiorização, de uma busca para dentro de nós mesmos, talvez de nossa própria luz interna. Nesses dias queremos voltar logo para casa, mal finda nossa jornada de trabalho, para nos aquietarmos e ficarmos juntos dos nossos.

O Simbolismo da Festa Junina

A festa de São João ocorre para nós, do hemisfério sul, no início do inverno, no dia 24 de junho. Apesar de não vivenciarmos a intensidade dos invernos europeus, neste período, as noites são mais longas e frias, e os dias mais frescos. A natureza a nossa volta procura se recolher de modo a propiciar em seu íntimo a revitalização das forças que desabrocharão novamente na primavera. Nesse ambiente introspectivo de noites escuras e frias, as chamas das fogueiras de São João convidam não apenas a nos envolvermos com a alegria das festas mas também a aquecer e iluminar nossas almas. E, assim, com corações aquecidos, começamos a nos envolver com carácter espiritual da Festa de São João. Para compreendermos essa espiritualidade, precisamos saber quem foi João Batista e qual foi sua grande contribuição para a humanidade.

Símbolos

Fogueira

Contam que Nossa Senhora e Santa Isabel eram muito amigas. Por este motivo, costumavam visitar-se com freqüência. Um dia, Santa Isabel foi à casa de Nossa Senhora para contar uma novidade: estava esperando um bebê ao qual daria o nome de João. Ela estava muito feliz por isso! Mas naquele tempo, sem muitas opções de comunicação, Nossa Senhora queria saber de que forma seria informada sobre o nascimento do pequeno João. Sendo assim, Santa Isabel combinou que ascenderia uma fogueira bem grande que pudesse ser vista à distância e que mandaria erguer um grande mastro com um boneco sobre ele.
O tempo passou e, do jeitinho que combinara, Santa Isabel fez.

Lá de longe, Nossa Senhora avistou o sinal de fumaça. Logo depois viu as labaredas que subiam e desciam. Ela sorriu e compreendeu a mensagem. Foi visitar a amiga e a encontrou com um belo bebê nos braços. Era dia 24 de junho.

São João começou, assim, a ser festejado com fogueiras, foguetes, mastro, danças e muito mais!

Quadrilha

Além das bandeirinhas e das comidas típicas, um dos principais elementos de nossa festa junina é a quadrilha.

Esta é uma dança francesa que tem suas raízes nas antigas contradanças inglesas (do Inglês countrydance+dança rural), que surgiu no final do século XVIII. Foi trazida para o Brasil no século XIX, passando a ser dançada nos salões da corte e da aristocracia. A nata da sociedade brasileira divertia-se nas grandes recepções ao som das quadrilhas. Mais um modismo importado da França que foi rapidamente absorvido pela corte brasileira.

Com o tempo, a quadrilha passou a integrar o repertório de cantores e compositores brasileiros e tornou-se uma dança de caráter popular. Deixando os salões aristocráticos para entrar nas festas populares. Surgiram, então, as variantes no interior do país, como a quadrilha caipira, muito comum no interior de São Paulo.

Ao contrário das grandes cidades, que vão deixando de lado o caráter folclórico das festas juninas, no interior a tradição ainda sobrevive, como em Campina Grande (PB), João Pessoa (PB) e São Luiz (MA). Em São Paulo, a figura do caipira e sua viola tornaram-se uma tradição da festa junina.
Cilene Pereira da Silva



Músicas:
Eu vou com a minha lanterna

Eu vou com a minha laterna
E ela comigo vai
No céu, brilham estrelas
Na terra, brilhamos nós

Minha luz se apagou
Pra casa eu vou
Com minha lanterna na mão (bis)
Chegou a hora da fogueira





Chegou a hora da fogueira
É noite de São João
O céu fica todo iluminado
Fica o céu todo estrelado
Pintadinho de balão







Cai, cai balão

Cai, cai balão
Cai, cai balão
Na rua do sabão
Não cai, não
Não cai, não
Cai aqui na minha mão

Verso para o Solstício de Inverno

Contempla o Sol
Na hora da meia noite.
Com pedras edifica
No fundamento sem vida.
Acha então, na decadência
E na noite da morte
O reinício da criação,
O jovem poder da manhá
Deixa as alturas revelarem
O verbo eterno dos deuses;
As profundezas devem conservar
O tesouro repleto de paz.
Vivendo nas trevas, cria um Sol,
Tramando na matéria
Reconhece o gozo do espírito.

Rudolf Steiner

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